segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Só pra ler...

“Nem só de poesia vive o poeta”
Solano Trindade

Nem só de poesia vive o poeta
há o "fim do mês"
o agasalho
a farmácia
a pinga
o tempo ruim, com chuva
alguém nos olhando
Policialescamente
De vez em quando
Um pouco de poesia
Uma conta atrasada
Um cobrador exigente
Um trabalho mal pago
Uma fome
Um discurso à moda Ruy
E às vezes uma mulher fazendo carinho
Hoje a lua não é mais dos poetas
Hoje a lua é dos astronautas

Continuando nosso trabalho.





No dia 01/10 ministrei a oficina do TP 4 unidade 14, com o objetivo de aprofundar e sistematizar reflexões sobre letramento, através de vivências de situações de leitura e escrita. Iniciei a oficina com a leitura e apresentação em slide do poema “É preciso ler”, a partir do qual os cursistas se posicionaram, falando de suas impressões sobre o poema. Concomitante a este momento, entreguei-lhes um diário de bordo, dizendo que registrassem suas impressões, seu aprendizado e pontos marcantes da oficina. Depois desse momento inicial, tivemos o momento do relato do “avançando na prática”, que é sempre um espaço rico, pois os cursistas falam das suas experiências anteriores e agora com o GESTAR II, e de como foi diferente a aplicação de um determinado conteúdo enfocando os conhecimentos prévios dos alunos, discussões em grupo, ludicidade etc.
A seguir, assistimos ao clipe “Meu caro amigo” de Chico Buarque. A música foi usada como provocação para a discussão a respeito da proposta de letramento. Para isso, lancei perguntas tais como: que situações comunicativas se apresentam nos versos dessa canção? em que contexto a canção foi produzida? que relação podemos estabelecer entre a letra da música e a proposta de letramento? Após a formação de grupos, vivenciamos situações sócio-comunicativas, às quais orientei aos cursistas para que salientassem na atividade a competência ou dificuldade de competência leitora. Feito isso, cada grupo falou brevemente sobre a atividade com considerações oriundas da perspectiva do letramento. Lemos também o texto de referência, e neste momento ratifiquei a importância da leitura prévia do mesmo, fizemos um passeio pelos “avançando na prática” do TP, lemos o poema de Drummond “Cidadezinha qualquer” e foi pedido que cada grupo planejasse a exploração do poema de forma que contemplasse as quatro séries do Fundamental II. Sistematizei o trabalho comentando sobre as diversas situações de letramento a que estamos submetidos durante todo o tempo e procurei levar os cursistas a refletirem sobre como a escola se comporta diante da proposta de letramento.
Encerrei a oficina com slides fazendo associação com a construção do portfólio, solicitando aos cursistas que terminassem o diário de bordo, convidando para a leitura do mesmo, se assim desejassem.
No dia 07/10 iniciei a oficina de portfólio entregando aos cursistas uma mensagem de Alexander Graham Bell, fizemos a dinâmica da flor, ouvimos a música “Tocando em frente”, e a partir dela perguntei: que ideias/sentimentos a música lhe sugere? a que versos você relacionaria as palavras descoberta, construção, criticidade, reflexão, desafio, experiência, aprendizagem, dinamismo? (essas palavras estavam coladas no quadro). Os cursistas participaram expondo seus pontos de vista, então interliguei este momento com uma tempestade de ideias, a partir do questionamento sobre o que é um portfólio. Essas ideias foram registradas para posterior exploração durante a sistematização. Lemos o texto “O que é um portfólio” e apresentei os elementos que compõem o portfólio do GESTAR, comentando cada um deles. Foram formados grupos, e cada um ficou responsável pela elaboração de um portfólio das oficinas vivenciadas até o momento (para tal atividade levei os materiais utilizados nas referidas oficinas).
Cada grupo apresentou o resultado do seu trabalho (em forma de painel), ao passo que procurei apresentar os critérios de avaliação do portfólio, esclarecendo cada item e relacionando-os com as partes que compõem o mesmo. Logo após essa atividade, recebi os anteprojetos dos cursistas e pedi que socializassem com os demais as temáticas e problemáticas abordadas em seus referidos projetos.
Como avaliação, os cursistas eleboraram um relato crítico (como os que fazem nos relatos do avançando na prática).
No dia 21/10 ministrei a oficina do TP 5 unidade 18 com o objetivo de compreender a noção de estilo e como se constrói a coerência nos textos.
Exibi a mensagem “Palavras” em slides como forma de acolhimento e logo em seguida fizemos uma atividade de estilo e coerência intitulada “Porque o frango atravessou a estrada?” Foi uma atividade muito interessante e prazerosa e os cursistas participaram ativamente. O mesmo aconteceu no momento seguinte, quando distribuí fragmentos de músicas para formação de grupos. Eles cantaram, discutimos sobre os estilos musicais de seus compositores e intérpretes. Lemos o texto de referência e cada grupo sintetizou a idéia de um trecho do texto. Analisamos coletivamente uma atividade do TP na página 77 e os cursistas, ainda em grupo, ficaram responsáveis por analisar um “avançando na prática” observando objetivo, conteúdo, adequação de série, tópicos e descritores contemplados.
Após as apresentações dos grupos, retomei todas as discussões ocorridas ao longo da oficina, a fim de sistematizar os conteúdos abordados, apoiando-me em slides com trechos de Ingedore Koch e de “resumindos” retirados do TP. A mobilização para a próxima oficina foi feita através da técnica concordo-discordo, a partir da frase “O homem é o cabeça da família”. A oficina foi avaliada com a escolha de uma palavra (pelo cursista), que expressasse sua opinião sobre a mesma, seguida de uma breve justificativa.




Mais oficinas...




No dia 20/08, no turno matutino, ministrei a oficina de projeto. Esta oficina era muito esperada por todos os cursistas, pois queriam esclarecer dúvidas com relação ao projeto que é uma das demandas do Programa GESTAR.
Iniciei a oficina com a leitura do poema Renova-te de Cecília Meireles, convidando-os a uma reflexão. Foi um momento muito rico, pois a partir dele discutiu-se posturas, identificações, estranhamentos... Depois desse momento fiz a dinâmica intitulada “A viagem”, onde os cursistas foram convidados a listar cinco sonhos, mas ao longo da viagem teriam que se desfazer de alguns, chegando a seu destino apenas com um. Procurei, durante a dinâmica, mediar com questões que os levassem a estabelecer prioridades, organizar etapas, possível realização do sonho, tentando dessa forma, contemplar, de maneira ainda sutil, as etapas de elaboração de um projeto. Os cursistas participaram, mas no início houve dificuldade em elencar os sonhos. Disseram não estar sonhando muito ultimamente.
Depois desse momento, formaram-se grupos e distribuí o texto “Etapas de um projeto” do livro Pedagogia de Projetos de Nilbo Nogueira. Os grupos leram o texto, que foi dividido por tópicos, e apresentaram suas impressões em plenária, aliando sempre com exemplos de experiências, exitosas ou não, vivenciadas por eles em trabalhos com projetos. Ao final das apresentações fiz uma sistematização embasada também por outros autores como Miguel Arroyo, Nilson Machado, Celso Antunes, enfatizando os objetivos da pedagogia de projetos. Logo após os cursistas foram convidados a elaborar um quadro, a ser apresentado à turma, com os seguintes tópicos: problemáticas, temáticas e ações, como um exercício de identificação de possíveis temas a serem trabalhados, e também como forma de esclarecer um pouco mais esses tópicos. Houve um pouco de dificuldade inicialmente, mas com exemplos e as discussões em plenária, acredito que o objetivo foi alcançado. Ao final eles fizeram a avaliação da oficina, que foi positiva, na opinião da maioria, mas fazendo ressalvas à aplicação de projetos de acordo com a realidade da escola, o que foi ratificado por mim.
No dia 03/09, no turno matutino, dei início à oficina pertencente ao componente curricular Língua Portuguesa. A oficina faz parte do TP3 Gêneros Textuais, que foi escolhido para esse início, dado a importância do trabalho com gêneros no âmbito escolar, visto que um dos principais objetivos no trabalho com língua materna é evidenciar a sua função social, e nisso o trabalho com gêneros é primordial.
Entreguei o poema “Classificados” de Roseana Murray a título de sensibilização. A sala estava arrumada com gêneros textuais diversos retirados de jornais, revistas e outros suportes (classificados, editorial, cartas do leitor, resultados de loterias, notas de falecimento, tiras, propagandas, resumo de novelas etc.), os cursistas passearam pela sala, lendo e comentando sobre o material. Procurei conduzir a atividade de forma dinâmica e interativa, orientando os cursistas a observarem nos textos identificados: conteúdo, composição (forma), intencionalidade e suporte. Logo depois formamos grupos para a leitura e discussão do texto de referência do TP “Gêneros textuais: definição e funcionalidade” e a partir dele respondemos algumas questões propostas no referido material. Vale ressaltar que a leitura desse texto foi solicitada previamente, mas nem todos a fizeram, e assim as discussões não foram tão densas, já que muitos se apropriaram da leitura no momento da oficina. Outra atividade em grupo foi a análise de três atividades do AAA e de três atividades do TP. Foi um momento importante, pois além de um aprofundamento maior do conteúdo proposto pela oficina, serviu também para que os cursistas se familiarizassem com o material riquíssimo que têm em mãos.
Sistematizei os conteúdos trabalhados na oficina a partir da apresentação do quadro sinóptico textual, baseado em Marcuschi e alguns “resumindo” retirados do TP, fazendo um trabalho interativo com os cursistas, discutindo aspectos quanto ao tipo e ao gênero textual. Ao final fizeram a avaliação da oficina, na qual foram utilizados gêneros textuais: poema, receita, classificados, bilhetes.. Achei esta uma oficina muito produtiva e prazerosa.
No dia 17/09 ministrei a oficina de Avaliação. Já na oficina anterior, onde sempre fazemos a “chamada” para a próxima oficina, os cursistas questionaram o porquê desse tema. Respondi que precisamos conhecer mais sobre competências, habilidades, componente curricular, de que forma entendemos avaliação, como nos posicionamos diante dela, seja na escola (com o nosso trabalho) ou em relação às avaliações externas, entre outras coisas.

Comecei a oficina entregando aos cursistas o poema “Receita de Olhar” de Roseana Murray, provocando-os a falarem sobre o olhar que eles levaram para a oficina, questionando-os também sobre os seus olhares a respeito da concepção de currículo. A partir daí apresentei em power point as ideias defendidas pela SEC, sobre concepção de currículo e avaliação, procurando deixar claro que não se pode falar em avaliação sem conceber o currículo. A partir daí solicitei aos cursistas que fizessem desenhos sobre como eles concebiam a avaliação. Eles fizeram comentários, falando dos seus conhecimentos e equívocos acerca do tema. Depois exibi os slides sobre a análise de itens contendo alguns exemplos de questões da prova Brasil e o ENEM e as Matrizes de Referência de Língua Portuguesa e Matemática. Cada grupo analisou duas questões, sendo que uma relativa à 4ª série/5º ano e outra à 8ª série/9º ano e outro grupo analisou duas questões do Ensino Médio.
Cada grupo apresentou as respostas das questões, que foram analisadas a partir da matriz de referência da disciplina com seus descritores e também respondendo ao questionamento se trabalham os descritores em sala de aula, de que forma e com qual freqüência. Sistematizei a atividade e fizemos uma reflexão sobre a maneira que estamos trabalhando para melhorar a educação no país. A oficina foi avaliada colocando em foco também o desenvolvimento do formador.




Nossa primeira oficina









Este relatório é referente às ações ocorridas na primeira oficina do Programa GESTAR/Bahia no ano de 2009. Essa oficina aconteceu no dia 30/07 e foi intitulada de Introdutória, pois ela teve como objetivo apresentar o Programa aos cursistas, dando-lhes ciência dos seus direitos e deveres, bem como de toda a estrutura do Programa, através da leitura do Guia Geral.
Estiveram presentes nesse primeiro encontro do dia 30/07, no turno matutino 19 professores de Língua Portuguesa. Tais professores estavam cheios de expectativas para a formação, visto que houve um atraso significativo para o início desta.
Os cursistas foram recebidos com uma mensagem de Fernando Pessoa que fala sobre travessia e mudanças, que é um dos diferenciais do Programa GESTAR II. Após algumas reflexões, apresentei o Programa, destacando sua estrutura, seus pilares, os seus objetivos e suas principais ações, além de distribuir o Kit com o material completo fornecido pelo MEC. Após esse momento foram formados grupos de estudo, onde cada um teve como foco a leitura de um trecho do Guia Geral.
Cada grupo de estudo socializou as suas impressões acerca da leitura inicial do Guia Geral, sendo esse momento mediado por mim, que fechei as apresentações salientando a grande importância do conhecimento da estrutura pedagógica do Programa GESTAR II por parte do professor cursista, bem como do cumprimento dos seus deveres (principalmente das atividades não presenciais) para uma efetiva formação continuada em serviço e como requisito necessário a obtenção do certificado com carga horária total.